AS FACES DA VIOLÊNCIA
UM MEDO SOCIAL
Roméria Costa Melo
Profª. Nivana Batista
Centro Universitário Leonardo da Vinci - UNIASSELVI
Licenciatura em Pedagogia – PED 0030 Módulo VI
29/11/2012
RESUMO
Esta pesquisa
tem como objetivo, analisar as causas de violência, do ódio, e de quanto isso
tem causado sofrimento e prejuízos, e cria um ambiente propício para doenças
principalmente mental. Busca-se identificar políticas que possam amenizar esses
conflitos e o que fazer para erradicá-la, conforme a abordagem de Odair
Furtado, Ana M. Bahia Bock, e Maria de Lourdes Trasse Teixeira A finalidade da
Ética é ter uma vida boa, e ter uma boa vida implica uma ética de
responsabilidade, para com o mundo, os outros e eu mesmo, uma ética que permita
um compromisso radical com o bem estar do ser humano e uma crítica contundente
a todas as condições que queiram retirar desse ser humana a dignidade.
Palavras-chave: Violência.
Dignidade. Ética.
INTRODUÇÃO
O tema violência a cada dia ocupa as páginas de jornal, debates e
palestras com diversos especialistas nas áreas do conhecimento, inclusive da
psicologia. Todos buscam a compreender por que a violência tem generalizado nas
relações humanas em muitos lugares do mundo e o que fazer para erradicá-la ou
pelo menos minimizar seus efeitos. Este tema diz respeito a toda sociedade,
grandes centros urbanos que estão vivendo num ambiente de insegurança, cuja
característica é um medo social.
Não deixando de mencionar a violência ela é
uma produção humana, não se resume somente ao crime apesar de que esse tipo de
violência é a mais descarada, mas o homem em si produz muita violência, quando
não respeita o espaço do outro, quando não é moderado ou flexível com o grupo
ao qual pertence criando assim um campo fértil para violência. Precisamos
compreender que a agressividade é um impulso que pode se voltar para fora do
indivíduo ou para dentro ele, ela se constitui a vida psíquica, fazendo parte do
binômio amor/ódio, pulsão de vida/pulsão de morte. Para Odair Furtado, Ana M. Bahia Bock, e Maria de
Lourdes Trasse Teixeira, a agressividade está relacionada com as atividades do
pensamento e da imaginação ou ação verbal e não verbal. Portanto alguém muito
bonzinho pode ter fantasias altamente destrutivas ou sua agressividade pode
manifestar-se pela ironia, pela omissão de ajuda, ou seja, a agressividade não
se manifesta exclusivamente por humilhação, constrangimento ou destruição do
outro, isto é, pela ação verbal ou física sobre o mundo.
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A AGRESSIVIDADE
UMA FACE DA VIOLÊNCIA
Como foi falada
anteriormente a agressividade está relacionada com atividades do pensamento, da
ação verbal ou não verbal. A agressividade é muito importante para
autoconservação, sendo um comportamento emocional natural da espécie humana e (inclusive
dos animais), pois quando nos posicionamos a qualquer ação fazemos uso dela e são
manifestadas na mais tenra idade, as crianças fazem uso dela para chamar a
atenção para si, quando estão diante de uma situação que as fazem inseguras. A ação
está sempre ligada à agressividade e a reação à violência.
A agressividade é
extremamente importante para se conquistar o espaço pessoal frente à
determinação do social ou do outro. A violência entre os relacionamentos dos
pares, a agressividade descontroladas fora das situações que emitem perigo,
geralmente estão presentes dentro e fora das famílias. Isto ocorre por se
tratar de sentimentos frustrados, de carência, dificuldade de amar, todas essas
situações promovem comportamentos destrutivos. A educação é o mecanismo social
da Lei e da tradição que busca subordinação e o controle dessa agressividade,
assim desde muito tenro o homem aprende a reprimi-la e não expressá-la de modo
descontrolado, à medida que o mundo da cultura cria condições para que o
individuo possa conter, canalizar, levar esses impulsos para produções
positivas: Produção Intelectual, Produção Artística, desempenho esportivos,
etc.
A Psicanálise afirma que
a agressividade é constitutiva do ser humano, e que a cultura e a vida social
trabalham como reguladora dos impulsos destrutivos. Essa ação reguladora se dá
nos processos de socialização, através de vínculos significativos que um
individuo estabelece com o outro e assim possa internalizar esses controles.
Não se fazendo necessários controles externos, uma vez que os controles estão
dentro do indivíduo. Esses controles internos que a psicanálise através do
Freud explica é que a ansiedade que está no interior do homem tem como função
alertar o ego ou o eu, para situações de perigo, controlando ou inibindo os
desejos ou reações que vão ao encontro dessas situações. Assim uma função
necessária e muito importante para o desenvolvimento psíquico. Porém o que tem
se questionado muito nestes dias é que os excessos de situações que tem
provocado ansiedade, causando assim um descontrole e gerando a violência.
A sociedade possui
também mecanismo de controle ou punição dos comportamentos agressivos como
leis. Esse modo de compreender a agressividade, nos leva a refletir que ela
também pode agir de forma positiva na construção do individuo, pois é
responsável, por exemplo, pela capacidade de enfrentar situações novas
desconhecidas que está relacionada com a ousadia e a capacidade de autodefesa,
portanto a destrutividade é um de seus aspectos.
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ASPECTOS
LIGADOS A PRODUÇÃO DA VIOLÊNCIA
A violência é o uso desejado da agressividade
com fins destrutivos. Há sempre uma intencionalidade no agente da violência, ou
seja, a violência é muitas vezes planejada e implica sempre numa relação de
poder (o adulto tem poder sobre uma criança) QUE ESTÁ SUBMETIDO, SUBJUGADO.
Existe sempre um prejuízo físico, psíquico, social, para a vitima que sofre a
violência. E para o agente da violência sua ação revela também um prejuízo, um
sintoma grave no tecido social e no individuo. Para Jurandir F Costa (São Paulo.
Graal, 2003) afirma que.
[....] que podemos entender como violência
aquela situação em que o individuo “ foi submetido a uma coesão e um desprezar
absolutamente desnecessários ao crescimento, desenvolvimento e manutenção de
seu bem estar físico , psíquico e social.
Os
fatores que determinam a violência são múltiplos. Ela é um sintoma social, sua
criação está nos fatores históricos, econômicos, sociais, culturais,
psicológicos e outros. Quando se trata de violência a desigualdade social é um
fator que tem sido discutido muito nos
últimos dias, pois existe entre países, povos e entre alguns setores e uma
mesma população, segundo o historiador Inglês Eric Hobs Bawn (São Paulo 2005).
Afirma que o aspecto mais cruel da desigualdade social é aquele que existe
entre os cidadãos de um mesmo país, porque os setores tem seu destino traçado
pela sua origem social e não podem consumir bens materiais que outros setores
da mesma população consomem. Ou seja, dependendo do bairro da cidade onde uma
criaça mora é possível saber a qualidade de sua alimentação, se irá estudar
numa escola pública ou particular ou até mesmo se terá chance de uma faculdade.
Por isso nos lugares mais pobres que é um terreno fértil para a desigualdade
social a violência é mais intensa não significando que nas áreas mais nobre não
exista, mas em grau menor.
A produção da
violência está ligada na ausência de estímulos nas vidas das pessoas, que
promova os valores da solidariedade, tolerância com os outros: O tráfico
Internacional de drogas, armas, de seres humanos que se ramificam pelo mundo,
afetando a vida de multidões pessoas e suas famílias. A inserção dos
adolescentes na disseminação do uso das drogas tem causado muitos casos de
violência, como estupro, assalto, assassinato, que são cometidos em série e a
violência cada vez aumenta seus índices nas escolas. Entretanto é muito difícil
observar as faces da violência nas expressões como guerra, corrupção,
destruição do meio ambiente, corrupção, fome. Essas práticas de violência estão
diluídas no nosso cotidiano e já nos acostumamos a muitas delas, quem não viveu
situações como humilhação, omissão de ajuda e atos de violências mesmo nos
lugares considerados mais protetores de seus membros como a escola, a família,
grupos de amigos, além disso, conhecemos práticas de violência nas instituições
que existem para erradicá-la, como a polícia, as prisões. Não deixando de
elencar que existe forma sutis de
violência que chega ser até difícil de reconhecer como ausência de vagas nas
escolas, atendimentos precários na saúde, condições de habitação sub-humana, e
Hanna Arente, afirma que.” A indiferença
com o sofrimento do outro é a pior forma de violência, porque retira do outro
seu estatuto de humanidade, ela invadiu todas as áreas de relação do
Individuo”. Para Hélio Pellegrino, 1984.
Um
aspecto bastante citado como determinante de várias expressões da violência,
refere-se a deteriorização de valores éticos agregadores da vida coletiva como
a dignidade, a justiça, a solidariedade. Esses valores presentes nas relações
humanas são considerados um cimento social.
O seu endurecimento
produz outro ambiente de sociabilidade no qual novas gerações são formadas e
altera as qualidades dos vínculos sociais, do valor da vida do outro. Causando
um grande mal que vai acompanhando a humanidade e a cada dia intensifica todo
tecido social, é necessária uma estratégia que trabalhe nas organizações
sociais, como escola, sociedade, família. O que deve começar desde muito cedo
nas crianças, nas pessoas como adultos, consolidando formadores de geração
incentivando os valores da solidariedade, da Tolerância co o outro, da empatia
enfim de habilidades que venham digerir com a violência que muitas vezes está
inserida no nosso interior. Por isso que Robert Castel, 2005, afirma;.
“A
violência doméstica está presente em todas as classes sociais as vezes
escamoteado pelo segredo familiar. È importante detectar e tratar tanto o
agressor como a vitima, porque a maioria dos agressores foi vitima de violência
na infância ou na adolescência.”
Um
fotografo Francês, que se identifica somente como Jr, mudou a paisagem no morro
da providência no centro do Rio de janeiro, estampando os rostos de moradoras
vitimados pela violência em painéis gigantes nas fachadas das casas.
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CONSIDERAÇÕES
FINAIS
Mediante as pesquisas
realizadas vimos como os processos de aquisição dos valores éticos são falhos e
esquecidos na sua aplicação, pois sempre costumamos ouvir da mídia no geral que
ocorrem nas instituições escolares casos de violência e que deixam a sociedade
estarrecida.
A violência em toda sua estrutura, assusta, aterroriza e deixa
marcas que não são tão fácies de extinção. Às vezes a escola não convive com
atitudes que são extremas de violência, mas suas ramificações são terríveis
como: a agressividade, o Bullyng. É necessário vislumbrarmos alguma saída
porque vivemos nesta comunidade planetária, neste bairro do universo e queremos
uma vida boa, e para ter uma vida boa implica em considerar o mundo da
natureza, dos objetos, dos outros homens e o meu próprio corpo o meu mundo
interno. Ter uma ética de responsabilidade para com o mundo para com os outros
e para comigo mesmo, desenvolver a solidariedade com o próximo e com outro
anônimo, tolerar a diferença e os diferentes e ser um promovedor da dignidade e
bem estar do ser humano.
Diante de tudo o que foi
exposto é necessário estudar, dialogar, analisar, o que pode está sendo
executado e estabelecer metas para conter, enfrentar, prevenir e até reverter
este quadro. Se a escola e todo corpo docente elaborar ideias nunca esquecendo
que o individuo precisa somente de boas relações de convivência. Então será
criado um ambiente com um clima saudável e preparado para a aprendizagem e o
desenvolvimento de potencialidades na vida de cada um.
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REFERÊNCIAS
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2003.
BOCK, Ana Mercês Bahia;
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– a psicanálise na prática social. São Pulo.Casa do Psicólogo,1998
LANE, Silvia. T.M.
Codo, Wanderley. Psicologia. São
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MOREIRA, Roméria Costa
Melo. Estágio disciplina II. Séries
Iniciais do Ensino Fundamental. 2012.
PRETTE, Almir Del;
PRETTE, Zilda. Habilidades Socias Desenvolvimento
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