POLÍTICAS PÚBLICAS
VIOLÊCIA NA ESCOLA
Roméria Costa Melo
Profª: Nivana Ribeiro
Centro Universitário Leonardo da Vinci -
UNIASSELVI
Licenciatura em
Pedagogia – PED 0030 – Módula V
29/06/2012
RESUMO
Esta pesquisa tem a finalidade
de analisar as causas de indisciplina e os significados que a violência exerce
em vários contextos sociais e as maneiras de como se apresenta no seu dia a
dia, buscando identificar políticas que venham prevenir e suavizar esses
conflitos, produzindo um clima de racionalidade na escola, sendo muito
importante a implantação de estratégias que possam inibir a violência e
ampliando o conhecimento sobre diferentes aspectos da violência presente na
escola.
Palavras-chave; Indisciplina; Violência; Conflitos;
Propostas de Intervenção.
1 INTRODUÇÃO
A presente pesquisa refere-se a análise e reflexão das questões de
indisciplina e comportamentos anti-social que desenvolve-se no interior da
escola que tem sido intensivo no decorrer dos anos.
È notório identificar desde a década de 90 que houve um aumento avassalador dos níveis de angústia, estresse e cansaço na maioria dos educadores.
Esse aumento deu-se a medida que cresceu também a chamada indisciplina nas
escolas, observa-se que existe um choque impetuoso entre as decepções e as
insatisfações no âmbito escolar sendo impossível olharmos sob o aspecto
unilateral, onde por um lado os educadores apresentam suas razões para estarem
insatisfeitos, por outro lado os educando também apresentam suas razões ( O que
muitas das vezes não são citadas de maneiras coerentes ) o resultado dessa
incompatibilidade pode ser vista por desinteresse de muitos educando em
aprender e trabalhar a suas habilidades, nas situações de confusão generalizada
dentro e fora da sala de aula, automaticamente percebe-se o desgaste dos educadores e até mesmo de toda equipe pedagógica. Este sendo um dos
problemas mais grave vivido pelas escolas – a indisciplina – o que caracteriza
uma fonte profunda de estresse nos relacionamentos interpessoais, onde o
desenvolvimento da aprendizagem fica comprometido.
Diante de um fato quer traz grande preocupação é de suma importância analisar
este assunto com equipe da escola e com a comunidade para elucidar as possíveis
causas de indisciplina ocorridas nas escolas.
2 O QUE É INDISCIPLINA? COMO SE CARACTERIZA?
Não
somente conceituá-la, mas entendê-la e criar estratégias que venham
enfraquecê-la, isso nos remete a um parâmetro um pouco complexo, pois é
complicado estabelecer um conceito de indisciplina escolar, visto que com a continuação
dos tempos ela estabelece suas características o que a modifica durante os
anos.
Suas
expressões e caráter cada tempo se modifica o
nos mostra que atualmente a indisciplina escolar com suas
características modificada em comparada ao passado. Onde fica cada vez mais
difícil resolver e equacionar as adversidades.
Tendo
o olhar na indisciplina no ambiente escolar, observa-se que para alguns
professores a indisciplina são aborrecimentos no dia a dia de suas práticas
pedagógicas, resultados de rompimentos efetuados por alunos mediante o acordo
formais e nas condutas na escola, como por exemplo, podemos citar: atitudes
grosseiras; ofensas verbais; etc. De uma maneira ampla tudo aquilo que se
inclui como falta de respeito. O que segundo charlot (2002, p. 437 )
caracterizam como incivilidade pois estas
condutas estão contra as regras de boa convivência.
As
incivilidades englobam comportamentos desafiantes rompem regras e esquemas de
vida social, sejam tácitos ou explicitados
contratos sociais. Mas as chamadas incivilidades não rompem,
necessariamente com acordos regras e esquemas pedagógicos. Antes rompem com
expectativa do que pode estar tacitamente esperado como boa conduta social.
Destacando-se entre as incivilidades reportadas nas queixas usuais dos professores,
a falta de respeito. Essa alegação em particular, sugere a ocorrência em sala
de aula de práticas de incivilidades na
forma de insensibilidade aos direitos de cada um ser respeitado como pessoa.
È Grande a necessidade
de compreensão do panorama atual para que caminhos e soluções diante dos
problemas vivenciados que aumentam assustadoramente. A Disciplina Escolar é um
conjunto de regras que sendo obedecido o êxito no aprendizado é manifestado.
Ela caracteriza como um elo entre o professor e os alunos na sala de aula e
também na escola em geral, como qualquer relacionamento humano, deve se
observar as característica de cada individuo envolvido como professor, aluno e
ambiente.
Então “a palavra disciplina, significa” aquele
que segue”, vindo do latino e significa:
instruir, educar, treinar, mostrando uma idéia geral de caráter, assim na
educação a palavra disciplina utiliza-se para que os alunos tenham disposição
em seguir os ensinamentos e regras de comportamento. Diante deste pressuposto é
possível abordar este assunto que tanto tem afligido os professores, pedagogos,
diretores e pais.
3 INDISCIPLINA = “RESULTADO VIOLÊNCIA”
E necessário que se crie uma análise minuciosa sobre este assunto. Não
podemos comentar sobre indisciplina, sem falar dos limites. Muitos professores
e pais costumam perguntar como acontece para que as coisas cheguem ao ponto em
que estão agora, quando se deparam com tantas situações de indisciplina os
quais sempre trazem como resultado a violência.
Deparam muitas vezes com filhos tratando os pais mal, alunos não
respeitando professores ou professores tratando maus alunos, culminando assim
num crescimento da indisciplina que prejudica o ensino e aprendizagem, porque a
indisciplina age diretamente no relacionamento ou seja na convivência com pais
em casa na escola com equipe pedagógica como um todo.
Muitas das vezes os alunos estão sem noção de padrões de comportamento e
limites, pois agem como bem entendem, usando e abusando da liberdade, em demasia direitos do que deveres e
responsabilidades e com uma visão egocêntrica onde busca mais receber do que
dar ou retribuir, entretanto esquecem que as regras ditas dentro de casa nem
sempre o são na sociedade. A Escola por sua vez tem a obrigação de trabalhar
essas regras ou normas com os alunos, não cobrá-las antes de aplicá-las e com
isso afasta-se dos problemas surgidos, se recusando de atuar onde lhe é
peculiar, ate por entender que a educação vem de casa, tendo uma visão
distorcida. È claro que a educação deve começar pela casa, mas não se deve
esquecer que ela se solidifica onde a criança, o adolescente, o jovem
freqüentam e passa a maior parte do seu dia, portanto a escola precisa sim
trabalhar a sua parte. Esta é a panorâmica que se conhece atualmente. Se na
casa com dois ou mais adolescentes os pais tem dificuldade de administrar os
conflitos, imagine numa sala de aula com 35 alunos, com vários modelos de
comportamentos, tudo mais complexos, então o que fazer? Como agir nesses
conflitos? Às vezes o problema é tratado
com gritos e berros, com intenção de mostrar autoridade. O que se vê é que numa
situação de brigas, agressões físicas... Os gritos e berros têm efeito
imediato, mas quando o professor, pedagogo ou diretor se afasta começa de novo
e sempre mais intensificado.
Talvez devessem começar pelo diálogo sério, onde os alunos são ouvidos
levando em conta a necessidade de serem respeitados. A questão é estabelecer
limites. È de muita importância as relações interpessoais para tentar o
equilíbrio nas situações. Não é apontando culpados ou vilões para as situações
problemas de indisciplina e de incivilidade dentro da escola, Garcia (2006, p.5
) tem afirmado que:
As incivilidades são ruptura das regras e expectativas
das regras e expectativas tácitas de convivência, dos pactos sociais que
perpassam as relações humanas e cujo sentido muitas vezes supõe que seja de
domínio público desde a infância assim a conduta incivilizada é criticada pelo
professor como ausência da influência educativa da família por suposta
responsável pela socialização primária de seus filhos e pela sua formação nos
esqueceu básico de civilidades
.
Reforçando aqui a necessidade de diálogo,
para eliminar os conflitos não esquecendo que o aprofundamento do
relacionamento interpessoal seja valorizado. Entendendo que a relação
interpessoal não acontece de uma hora para outra e nem pode ser imposta, mas
uma conquista e que deve ser cultivada através do respeito simultâneo e do
diálogo, sendo que só poderemos cobrar respeito de outrem quando esse respeito
é demonstrado
4 TIPOS DE VIOLÊNCIA
4.1 Violência Física
Na visão dos professores a violência física está ligada nas brigas entre
os alunos. Seja no interior da escola ou fora dela, isto é brigas entre os
alunos, brigas por motivos banais, pela merenda, de gangues rivais que se
encontram na frente da escola e usam de Armas como: facas, revolveres e etc. As
brigas representam o que mais a que mais intensificam e que são freqüentes nas
escolas. A agressividade as vezes intituladas como brincadeiras agressivas como:
bater, correr, dar soco.
4.2 Violência Verbal
Nesta violência relaciona-se injurias xingamentos e ameaças, tanto entre
alunos, como de alunos para professores ou qualquer outro funcionário da
escola. Num primeiro momento são agressões, palavrões, insultos aos colegas,
vindo depois disso a agressão física. Caso não haja habilidades de diálogo e
negociação para tentar resolver as diferenças, a violência ficará instalada.
4.3 Violência Simbólica
Ficam nomeados dois pilares para a violência simbólica: Desrespeito ao
professor ( ameaças e insultos) e descriminação.
4.3.1 No Desrespeito ao Professor
Tentar identificar o discurso que direcionaram atitudes rebeldes,
insultos e ameaças, isto é, a tentativa de causar danos ou ferir a integridade
física ou moral dos profissionais, forçando-os para que sejam menos exigentes
nas avaliações e atividades, existem casos que usam de ameaças para intimidar
professores e funcionários que podem ou não a concretizar-se.
4.3.2 Discriminação (Preconceito)
Em relação ao preconceito e a discriminação existem preconceitos contra
negros, aqueles que não estão no padrão vigente esteticamente, piadas,
brincadeiras contra alunos pobres, discriminação na intelectualidade, tanto
para aqueles considerados nerdes como para aqueles com algum grau de
deficiência
4.3.3 Violência de Gênero
.
Este tipo de violência tem aumentado
o número de meninas que estão se envolvendo em brigas, atitudes de desrespeito,
que anteriormente era sempre associadas a meninos.
4.3.4 Violência Doméstica
Violência sempre ocorre no âmbito familiar, não importa sendo entre
conjugue ou pais e filhos, muitas vezes quando a criança não consegue resolver
atividades, os pais batem se o time que ele joga na escola perder, o aluno já
sabe que quando chegar em casa vai levar uma surra, e essa violência ataca a
integridade dos alunos, seja física ou emocional e esse impacto causa um
estrago violento no desenvolvimento intelectual, emocional, social e moral nos
alunos, onde é quase impossível a escola reverter a situação.
5 ORIGEM DA VIOLÊNCIA
5.1 Estrutura Familiar
Neste caso de
violência o comportamento muito agressivo no interior da escola demonstra que
sua origem não está na sala de aula, mas dentro da casa, ou seja, a família
perde o controle sobre os filhos, foram os pais que não usaram suas habilidades
de educar seus filhos e agora jogam toda responsabilidade para a escola. A
família deveria se ocupar diretamente na formação do caráter moral, nos
princípios dos seus filhos. Muitas das vezes os alunos até tem pai e mãe e casa
própria, mas não há preocupação com a formação dos seus filhos, e quando eles
vêm, já está um pouco tarde os filhos já estão inseridos nas drogas. E claro
que diante de tanta acusação que acaba se prejudicando são os alunos juntando
as incapacidades geradas pela negligência dos pais por um lado e por outro lado
o acúmulo de saber, sem uma direção para a formação de vida, onde se aglutinam
as incapacidades transformando assim em transgressão ou violência.
5.1 Estrutura Sócio Econômica
A violência Sócia
econômica também pode trazer seu reflexo social onde as precárias condições
financeiras e de materiais pelas quais os alunos passam, vem para a escola e
ela acaba sendo um local onde a vida dele está refletida no seu dia a dia, nas
questões de fome, etc.
6 PROJETO
OLÍTICO PEDAGÓGICO: Violência como Tema Complementar
Os professores
deveriam tirar proveito das situações e criar trabalhos com o Tema “violência
durante aula”, principalmente na disciplina de artes que pode trabalhar com
grafite, desenhos e levá-los a criar textos oportunizando sua expressão,
discussão do assunto, tirar questões
e induzir eles a
pensarem, escreverem, desenharem sobre o ambiente onde o relacionamento
interpessoal seja presente e mantido fora da sala de aula. Enfim trabalhar na
equipe a expressão e diálogo, onde encontramos o meio mais adequado para
trabalhar a realidade expondo que a educação é o caminho para que eles atinjam
seus objetivos, a construção do conhecimento deve se dar através de pessoas que
se respeitem.
7 CONSIDERAÇÕES
FINAIS
Sempre costumamos ouvir da
mídia no geral, as variadas situações de violência que ocorrem nas instituições
escolares e que deixa a sociedade estarrecida. O que é ainda pior nesta novela
é que passado o susto como se passa um capitulo de novela, tudo volta à
normalidade. A maioria das pessoas observa esse fato como se fosse já natural,
ou seja, é como se a violência fizesse parte do nosso dia a dia e que as
escolas é o lugar onde pessoas a expõem.
Entretanto, para
aqueles que estão inseridos nos acontecimentos não olham com normalidade.
Professores, pais, funcionários e alunos ficam oprimidos diante das violências
e seus efeitos.
A violência em toda a
sua estrutura, assusta, aterroriza, deixa marcas que não são tão fáceis de
extinção. Às vezes a escola não convive com atitudes que são de extrema
violência, mas suas ramificações são terríveis como: Indisciplina,
Incivilidade, Bullyng. O que é perceptível é que todos esses aspectos estão
relacionados as relações interpessoais e se instalam no interior da escola,
entende-se que o clima escolar que
resulta destas relações traz os acontecimentos quer sejam positivos quer sejam negativos, trabalhar para que esse
clima seja mais favorável possível é trabalho de todos nós.
Diante de tudo que foi
exposto é necessário: estudar, dialogar, analisar o que pode esta sendo
executado e estabelecer metas para conter, enfrentar, prevenir e até reverter
este quadro. Esse é o que tem permeado os desejos de professores, diretores,
pedagogos, funcionários e pais, enfim de todos aqueles que fazem parte da
estrutura do universo. Não podemos permitir que a escola venha perder sua
identidade esperando que alunos que estão vivendo essa dificuldade não possam
ser recuperados. Se a escola e todo seu corpo docente elaborar idéias, nunca
esquecendo que o individuo precisa somente de boas relações de convivência,
então será criado na escola um clima saudável e preparado para a
aprendizagem do desenvolvimento de
potencialidades na vida de cada um.
.
REFERÊNCIAS
Aquino,
Julio Gropp. Indisciplina. São Paulo: Ed. Moderna, 2003.
Garcia,
Joe. Indisciplina na Escola. Curitiba. 1999.
Prette,
Del Almir,Prette, Zilda A Pereira.Habilidades Sociais
Desenvolvimento e aprendizagem.São Paulo.Ed. Alínea,2007.
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