sexta-feira, 10 de agosto de 2012

POLÍTICAS PÚBLICAS VIOLÊNCIA NA ESCOLA ' PAPER'


POLÍTICAS PÚBLICAS
VIOLÊCIA NA ESCOLA


Roméria Costa Melo

Profª: Nivana Ribeiro
Centro Universitário Leonardo da Vinci - UNIASSELVI
Licenciatura em Pedagogia – PED 0030 – Módula V
29/06/2012


RESUMO

Esta pesquisa tem a finalidade de analisar as causas de indisciplina e os significados que a violência exerce em vários contextos sociais e as maneiras de como se apresenta no seu dia a dia, buscando identificar políticas que venham prevenir e suavizar esses conflitos, produzindo um clima de racionalidade na escola, sendo muito importante a implantação de estratégias que possam inibir a violência e ampliando o conhecimento sobre diferentes aspectos da violência presente na escola.


Palavras-chave; Indisciplina; Violência; Conflitos; Propostas de Intervenção. 




1 INTRODUÇÃO


A presente pesquisa refere-se a análise e reflexão das questões de indisciplina e comportamentos anti-social que desenvolve-se no interior da escola que tem sido intensivo no decorrer dos anos.
È notório identificar desde a década de 90 que houve um aumento  avassalador dos níveis de angústia,  estresse e cansaço na maioria dos educadores. Esse aumento deu-se a medida que cresceu também a chamada indisciplina nas escolas, observa-se que existe um choque impetuoso entre as decepções e as insatisfações no âmbito escolar sendo impossível olharmos sob o aspecto unilateral, onde por um lado os educadores apresentam suas razões para estarem insatisfeitos, por outro lado os educando também apresentam suas razões ( O que muitas das vezes não são citadas de maneiras coerentes ) o resultado dessa incompatibilidade pode ser vista por desinteresse de muitos educando em aprender e trabalhar a suas habilidades, nas situações de confusão generalizada dentro e fora da sala de aula, automaticamente percebe-se o desgaste dos  educadores e até mesmo de toda  equipe pedagógica. Este sendo um dos problemas mais grave vivido pelas escolas – a indisciplina – o que caracteriza uma fonte profunda de estresse nos relacionamentos interpessoais, onde o desenvolvimento da aprendizagem fica comprometido.
Diante de um fato quer traz grande preocupação é de suma importância analisar este assunto com equipe da escola e com a comunidade para elucidar as possíveis causas de indisciplina ocorridas nas escolas.



2 O QUE É INDISCIPLINA? COMO SE CARACTERIZA?


Não somente conceituá-la, mas entendê-la e criar estratégias que venham enfraquecê-la, isso nos remete a um parâmetro um pouco complexo, pois é complicado estabelecer um conceito de indisciplina escolar, visto que com a continuação dos tempos ela estabelece suas características o que a modifica durante os anos.
Suas expressões e caráter cada tempo se modifica o  nos mostra que atualmente a indisciplina escolar com suas características modificada em comparada ao passado. Onde fica cada vez mais difícil resolver e equacionar as adversidades.
Tendo o olhar na indisciplina no ambiente escolar, observa-se que para alguns professores a indisciplina são aborrecimentos no dia a dia de suas práticas pedagógicas, resultados de rompimentos efetuados por alunos mediante o acordo formais e nas condutas na escola, como por exemplo, podemos citar: atitudes grosseiras; ofensas verbais; etc. De uma maneira ampla tudo aquilo que se inclui como falta de respeito. O que segundo charlot (2002, p. 437 ) caracterizam como incivilidade pois estas  condutas estão contra as regras de boa convivência.
As incivilidades englobam comportamentos desafiantes rompem regras e esquemas de vida social, sejam tácitos ou explicitados  contratos sociais. Mas as chamadas incivilidades não rompem, necessariamente com acordos regras e esquemas pedagógicos. Antes rompem com expectativa do que pode estar tacitamente esperado como boa conduta social. Destacando-se entre as incivilidades reportadas nas queixas usuais dos professores, a falta de respeito. Essa alegação em particular, sugere a ocorrência em sala de aula  de práticas de incivilidades na forma de insensibilidade aos direitos de cada um ser respeitado como pessoa.


È Grande a necessidade de compreensão do panorama atual para que caminhos e soluções diante dos problemas vivenciados que aumentam assustadoramente. A Disciplina Escolar é um conjunto de regras que sendo obedecido o êxito no aprendizado é manifestado. Ela caracteriza como um elo entre o professor e os alunos na sala de aula e também na escola em geral, como qualquer relacionamento humano, deve se observar as característica de cada individuo envolvido como professor, aluno e ambiente.
 Então “a palavra disciplina, significa” aquele que segue”, vindo do latino e  significa: instruir, educar, treinar, mostrando uma idéia geral de caráter, assim na educação a palavra disciplina utiliza-se para que os alunos tenham disposição em seguir os ensinamentos e regras de comportamento. Diante deste pressuposto é possível abordar este assunto que tanto tem afligido os professores, pedagogos, diretores e pais.



3 INDISCIPLINA =  “RESULTADO VIOLÊNCIA”


E necessário que se crie uma análise minuciosa sobre este assunto. Não podemos comentar sobre indisciplina, sem falar dos limites. Muitos professores e pais costumam perguntar como acontece para que as coisas cheguem ao ponto em que estão agora, quando se deparam com tantas situações de indisciplina os quais sempre trazem como resultado a violência.
Deparam muitas vezes com filhos tratando os pais mal, alunos não respeitando professores ou professores tratando maus alunos, culminando assim num crescimento da indisciplina que prejudica o ensino e aprendizagem, porque a indisciplina age diretamente no relacionamento ou seja na convivência com pais em casa na escola com equipe pedagógica como um todo.
Muitas das vezes os alunos estão sem noção de padrões de comportamento e limites, pois agem como bem entendem, usando e abusando da liberdade,  em demasia direitos do que deveres e responsabilidades e com uma visão egocêntrica onde busca mais receber do que dar ou retribuir, entretanto esquecem que as regras ditas dentro de casa nem sempre o são na sociedade. A Escola por sua vez tem a obrigação de trabalhar essas regras ou normas com os alunos, não cobrá-las antes de aplicá-las e com isso afasta-se dos problemas surgidos, se recusando de atuar onde lhe é peculiar, ate por entender que a educação vem de casa, tendo uma visão distorcida. È claro que a educação deve começar pela casa, mas não se deve esquecer que ela se solidifica onde a criança, o adolescente, o jovem freqüentam e passa a maior parte do seu dia, portanto a escola precisa sim trabalhar a sua parte. Esta é a panorâmica que se conhece atualmente. Se na casa com dois ou mais adolescentes os pais tem dificuldade de administrar os conflitos, imagine numa sala de aula com 35 alunos, com vários modelos de comportamentos, tudo mais complexos, então o que fazer? Como agir nesses conflitos?  Às vezes o problema é tratado com gritos e berros, com intenção de mostrar autoridade. O que se vê é que numa situação de brigas, agressões físicas... Os gritos e berros têm efeito imediato, mas quando o professor, pedagogo ou diretor se afasta começa de novo e sempre mais intensificado.
Talvez devessem começar pelo diálogo sério, onde os alunos são ouvidos levando em conta a necessidade de serem respeitados. A questão é estabelecer limites. È de muita importância as relações interpessoais para tentar o equilíbrio nas situações. Não é apontando culpados ou vilões para as situações problemas de indisciplina e de incivilidade dentro da escola, Garcia (2006, p.5 ) tem afirmado que:
As incivilidades são ruptura das regras e expectativas das regras e expectativas tácitas de convivência, dos pactos sociais que perpassam as relações humanas e cujo sentido muitas vezes supõe que seja de domínio público desde a infância assim a conduta incivilizada é criticada pelo professor como ausência da influência educativa da família por suposta responsável pela socialização primária de seus filhos e pela sua formação nos esqueceu básico de civilidades
.
Reforçando aqui a necessidade de diálogo,  para eliminar os conflitos não esquecendo que o aprofundamento do relacionamento interpessoal seja valorizado. Entendendo que a relação interpessoal não acontece de uma hora para outra e nem pode ser imposta, mas uma conquista e que deve ser cultivada através do respeito simultâneo e do diálogo, sendo que só poderemos cobrar respeito de outrem quando esse respeito é demonstrado


4 TIPOS DE VIOLÊNCIA

4.1 Violência Física

Na visão dos professores a violência física está ligada nas brigas entre os alunos. Seja no interior da escola ou fora dela, isto é brigas entre os alunos, brigas por motivos banais, pela merenda, de gangues rivais que se encontram na frente da escola e usam de Armas como: facas, revolveres e etc. As brigas representam o que mais a que mais intensificam e que são freqüentes nas escolas. A agressividade as vezes intituladas como brincadeiras agressivas como: bater, correr, dar soco.

4.2 Violência Verbal

Nesta violência relaciona-se injurias xingamentos e ameaças, tanto entre alunos, como de alunos para professores ou qualquer outro funcionário da escola. Num primeiro momento são agressões, palavrões, insultos aos colegas, vindo depois disso a agressão física. Caso não haja habilidades de diálogo e negociação para tentar resolver as diferenças, a violência ficará instalada.

4.3 Violência Simbólica


Ficam nomeados dois pilares para a violência simbólica: Desrespeito ao professor ( ameaças e insultos) e descriminação.

4.3.1 No Desrespeito ao Professor

Tentar identificar o discurso que direcionaram atitudes rebeldes, insultos e ameaças, isto é, a tentativa de causar danos ou ferir a integridade física ou moral dos profissionais, forçando-os para que sejam menos exigentes nas avaliações e atividades, existem casos que usam de ameaças para intimidar professores e funcionários que podem ou não a concretizar-se.

4.3.2 Discriminação (Preconceito)

Em relação ao preconceito e a discriminação existem preconceitos contra negros, aqueles que não estão no padrão vigente esteticamente, piadas, brincadeiras contra alunos pobres, discriminação na intelectualidade, tanto para aqueles considerados nerdes como para aqueles com algum grau de deficiência

4.3.3 Violência de Gênero
.
           Este tipo de violência tem aumentado o número de meninas que estão se envolvendo em brigas, atitudes de desrespeito, que anteriormente era sempre associadas a meninos.

4.3.4 Violência Doméstica

Violência sempre ocorre no âmbito familiar, não importa sendo entre conjugue ou pais e filhos, muitas vezes quando a criança não consegue resolver atividades, os pais batem se o time que ele joga na escola perder, o aluno já sabe que quando chegar em casa vai levar uma surra, e essa violência ataca a integridade dos alunos, seja física ou emocional e esse impacto causa um estrago violento no desenvolvimento intelectual, emocional, social e moral nos alunos, onde é quase impossível a escola reverter a situação.

5 ORIGEM DA VIOLÊNCIA

5.1 Estrutura Familiar

               Neste caso de violência o comportamento muito agressivo no interior da escola demonstra que sua origem não está na sala de aula, mas dentro da casa, ou seja, a família perde o controle sobre os filhos, foram os pais que não usaram suas habilidades de educar seus filhos e agora jogam toda responsabilidade para a escola. A família deveria se ocupar diretamente na formação do caráter moral, nos princípios dos seus filhos. Muitas das vezes os alunos até tem pai e mãe e casa própria, mas não há preocupação com a formação dos seus filhos, e quando eles vêm, já está um pouco tarde os filhos já estão inseridos nas drogas. E claro que diante de tanta acusação que acaba se prejudicando são os alunos juntando as incapacidades geradas pela negligência dos pais por um lado e por outro lado o acúmulo de saber, sem uma direção para a formação de vida, onde se aglutinam as incapacidades transformando assim em transgressão ou violência.

5.1 Estrutura Sócio Econômica

                           A violência Sócia econômica também pode trazer seu reflexo social onde as precárias condições financeiras e de materiais pelas quais os alunos passam, vem para a escola e ela acaba sendo um local onde a vida dele está refletida no seu dia a dia, nas questões de fome, etc.

6  PROJETO OLÍTICO PEDAGÓGICO: Violência como Tema Complementar

                          Os professores deveriam tirar proveito das situações e criar trabalhos com o Tema “violência durante aula”, principalmente na disciplina de artes que pode trabalhar com grafite, desenhos e levá-los a criar textos oportunizando sua expressão, discussão do assunto, tirar questões
e induzir eles a pensarem, escreverem, desenharem sobre o ambiente onde o relacionamento interpessoal seja presente e mantido fora da sala de aula. Enfim trabalhar na equipe a expressão e diálogo, onde encontramos o meio mais adequado para trabalhar a realidade expondo que a educação é o caminho para que eles atinjam seus objetivos, a construção do conhecimento deve se dar através de pessoas que se respeitem.






 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

                        Sempre costumamos ouvir da mídia no geral, as variadas situações de violência que ocorrem nas instituições escolares e que deixa a sociedade estarrecida. O que é ainda pior nesta novela é que passado o susto como se passa um capitulo de novela, tudo volta à normalidade. A maioria das pessoas observa esse fato como se fosse já natural, ou seja, é como se a violência fizesse parte do nosso dia a dia e que as escolas é o lugar onde pessoas a expõem.
                        Entretanto, para aqueles que estão inseridos nos acontecimentos não olham com normalidade. Professores, pais, funcionários e alunos ficam oprimidos diante das violências e seus efeitos.
                         A violência em toda a sua estrutura, assusta, aterroriza, deixa marcas que não são tão fáceis de extinção. Às vezes a escola não convive com atitudes que são de extrema violência, mas suas ramificações são terríveis como: Indisciplina, Incivilidade, Bullyng. O que é perceptível é que todos esses aspectos estão relacionados as relações interpessoais e se instalam no interior da escola, entende-se que o clima  escolar que resulta destas relações traz os acontecimentos quer sejam positivos  quer sejam negativos, trabalhar para que esse clima seja mais favorável possível é trabalho de todos nós.
                         Diante de tudo que foi exposto é necessário: estudar, dialogar, analisar o que pode esta sendo executado e estabelecer metas para conter, enfrentar, prevenir e até reverter este quadro. Esse é o que tem permeado os desejos de professores, diretores, pedagogos, funcionários e pais, enfim de todos aqueles que fazem parte da estrutura do universo. Não podemos permitir que a escola venha perder sua identidade esperando que alunos que estão vivendo essa dificuldade não possam ser recuperados. Se a escola e todo seu corpo docente elaborar idéias, nunca esquecendo que o individuo precisa somente de boas relações de convivência, então será criado na escola um clima saudável e preparado para a aprendizagem  do desenvolvimento de potencialidades na vida de cada um.








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   REFERÊNCIAS



Aquino, Julio Gropp. Indisciplina. São Paulo: Ed. Moderna, 2003.

Garcia, Joe. Indisciplina na Escola. Curitiba. 1999.

Prette, Del  Almir,Prette,  Zilda A Pereira.Habilidades Sociais Desenvolvimento e aprendizagem.São Paulo.Ed. Alínea,2007.
















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